ØCRE
TRILOGIA DAS CORES | VOL.1
“Perceber a cor, as cores, e o seu simbolismo, representados desde a pintura ao cinema, da literatura ao teatro, é perceber também a Humanidade, de onde vimos e para onde vamos. Sendo esta uma das minhas questões fundamentais, uma das minhas maiores inquietações, neste ensaio sonoro a cor e a música passam a estar intimamente ligadas naquilo que é o meu universo simbólico-artístico.
Somos atraídos pela cor, forma, textura, harmonia de uma dada obra de arte, o que significa que primeiro fomos cativados pela obra e só depois equacionamos a sua essência e valor.
Enquanto criador pretendo despertar este interesse no ouvinte, nos sons que escuto e que escrevo, na organização do caos pré-composicional ou na destruição da suposta ordem esperada. Compor ou estar em frente ao piano implica, antes de mais, saber escutar o passado, estar atento à primeira manifestação de arte que sabemos existir, conseguir recuar e continuar a ser um elo desse primeiro golpe de asa que nos elevou da condição animal e nos colocou na condição de deuses.
Com a arte descobrimos a forma de representar os nossos mitos, torná-los visíveis e palpáveis.
Espero que os mitos de que sou feito sejam partilhados por quem escuta este disco ØCRE. O pigmento que está presente desde o nascimento da arte, nas primeiras representações pictóricas e esculturais, ganha assim uma dimensão sonora.”
Filipe Raposo
FICHA ARTÍSTICA
piano FILIPE RAPOSO | produção musical FILIPE RAPOSO | participação especial RITA MARIA | gravação e masterização ANDRÉ TAVARES/ATLÂNTICO BLUE STUDIOS | design PAULA DELECAVE | fotografia ANTÓNIO MARINHO SILVA | produção executiva JOANA COSTA SANTOS | difusão JOANA FERREIRA/ANTN | apoio SPA, AGECOP, FUNDAÇÃO GDA
BIOGRAFIA
Filipe Raposo é pianista, compositor e orquestrador. Iniciou os seus estudos de piano no Conservatório Nacional de Lisboa e concluiu o mestrado em Piano Jazz Performance pelo Royal College of Music (Estocolmo), tendo sido bolseiro da Royal Music Academy of Stockholm. É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Enquanto compositor, orquestrador e pianista, tem colaborado com inúmeras orquestras europeias, apresentando-se a solo ou com diferentes formações em festivais internacionais. Colaborou em concertos e em gravações discográficas com alguns dos principais nomes da música portuguesa.
Desde 2004, colabora com a Cinemateca Portuguesa como pianista residente no acompanhamento de filmes mudos. A convite desta instituição, compôs e gravou a banda sonora para as edições em DVD de filmes portugueses do cinema mudo: Lisboa, Crónica Anedótica, de Leitão de Barros (menção honrosa no festival Il Cinema Ritrovato, em Bolonha); O Táxi n.º 9297, de Reinaldo Ferreira; O Primo Basílio, Frei Bonifácio, Barba Negra e Primo Basílio de Georges Pallu; Nazaré, Praia de Pescadores, de Leitão de Barros.
Trabalha também regularmente como compositor em cinema e teatro. Autor da música original do documentário Um Corpo que Dança – Ballet Gulbenkian 1965-2005, de Marco Martins. Em 2022 realizou, em parceria com António Jorge Gonçalves, o documentário O Nascimento da Arte. No mesmo ano escreveu a ópera As Cortes de Júpiter (Gil Vicente), com encenação de Ricardo Neves-Neves.
Em nome próprio, editou os discos:
First Falls [Prémio Artista Revelação Fundação Amália – 2011] | A Hundred Silent Ways (2013) | Inquietude (2015) | Rita Maria & Filipe Raposo Live in Oslo (2018) | Øcre vol.1 (2019) | The Art of Song vol.1: When Barroque Meets Jazz (2020) | Øbsidiana vol.2 (2022) | The Art of Song vol.2: Between Sacred and Profane (2023).